Quando pensamos em joias, é comum ouvir termos como pedras preciosas e semipreciosas. Essa divisão, que parece tão natural, na verdade é fruto de convenções históricas e comerciais que nem sempre refletem o real valor das gemas. Afinal, será que existe mesmo essa diferença? Ou seria apenas um mito perpetuado pelo tempo?
Neste artigo, você entenderá a origem dessa classificação, por que o termo “semipreciosa” é cada vez mais questionado e revelar quais gemas raras e valiosas não entram na categoria de “preciosas”.
A origem da divisão entre pedras preciosas e semipreciosas
A distinção surgiu séculos atrás, em um contexto onde a escassez e o fascínio ditavam o valor das pedras. As mais desejadas e utilizadas em coroas, insígnias e joias da realeza passaram a ser chamadas de preciosas, enquanto as demais receberam a denominação de semipreciosas.
Com o tempo, essa nomenclatura foi incorporada pela indústria da joalheria e divulgada entre consumidores. No entanto, do ponto de vista científico e gemológico, ela não é a forma mais adequada de classificar as gemas.
Para entender melhor os motivos que levaram ao desuso dos termos "preciosa" e "semipreciosa", leia aqui!
Quais são as pedras preciosas reconhecidas?
Tradicionalmente, apenas quatro gemas são reconhecidas como pedras preciosas:
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Diamante: símbolo de eternidade, conhecido por sua dureza inigualável e brilho intenso.
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Rubi: apreciado por sua cor vermelha vibrante, é associado à paixão e à força.
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Safira: encontrada em diversas cores, mas mais famosa pelo azul profundo. Representa sabedoria e nobreza.
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Esmeralda: de verde intenso, é ligada à esperança e renovação.
Essas gemas se destacaram por sua raridade, resistência e uso histórico, ganhando um status diferenciado no mercado.
Por que o termo “semipreciosa” é questionado?
A palavra “semipreciosa” transmite, equivocadamente, a ideia de que essas pedras são de menor valor ou qualidade, o que não corresponde à realidade. Muitas gemas consideradas “semi” podem ser até mais raras e valiosas do que as chamadas "preciosas".
Por isso, especialistas e gemólogos defendem o uso do termo gemas para se referir a todas as pedras utilizadas em joalheria. Essa nomenclatura é mais justa e valoriza cada mineral de acordo com suas características individuais.
Gemas raras e valiosas que não são consideradas “preciosas”
Alguns exemplos mostram como a classificação pode ser limitante:
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Turmalina Paraíba: encontrada inicialmente no Brasil, é famosa por seu brilho neon azul-esverdeado. Extremamente rara, pode alcançar valores altíssimos no mercado internacional.
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Tanzanita: descoberta na Tanzânia na década de 1960, exibe tons que variam entre azul e violeta. Sua raridade é tão grande que pode se tornar ainda mais escassa que o diamante.
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Granada tsavorita: de cor verde vibrante, é apreciada por colecionadores e pode rivalizar em beleza com a esmeralda.
Esses exemplos mostram que o rótulo de “semipreciosa” não define o real valor de uma gema.
O que realmente importa na escolha de uma pedra?
Quando falamos em pedras para joias, o que realmente faz diferença não é se ela é considerada “preciosa” ou não, mas sim fatores como:
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Beleza: intensidade de cor, brilho e lapidação.
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Raridade: quanto mais difícil de encontrar, maior o valor.
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Durabilidade: resistência ao desgaste e arranhões (medida pela escala de Mohs).
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Significado: muitas gemas possuem simbologias únicas ligadas à espiritualidade, saúde ou amor.
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Afinidade pessoal: no fim, a conexão emocional entre a pessoa e a pedra é o que a torna realmente especial.
Desfazendo o mito
A divisão entre pedras preciosas e semipreciosas é, em grande parte, uma construção histórica e comercial. No mundo da joalheria contemporânea, todas as gemas têm valor – seja pelo seu brilho, raridade, simbolismo ou pela história que contam.
Portanto, ao escolher uma gema para sua joia, lembre-se: o mais importante não é a categoria em que ela se encaixa, mas sim o que ela representa para você.
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